quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Pesquisa sobre os gêneros discursivos: - Charge Jornalística

Charge Jornalística

A CHARGE COMO MANIFESTAÇÃO IDEOLÓGICA
Olga Moreira de Sousa, Orientador: Edilene Maria de Oliveira, (área de
concentração: Língua Portuguesa).
A charge jornalística se caracteriza por ser um texto visual humorístico e
opinativo, que critica um personagem ou fato político específico. Fundamenta-se
em um quadro teórico atual, envolvendo princípios da Análise do Discurso da
Lingüística Textual. Sua construção baseia-se na remissão a um universo textual
geralmente dado pelo próprio jornal. As charges jornalísticas mantêm relações
intertextuais com textos verbais, visuais e verbais e visuais conjuntamente. O que
torna singular é a demonstração perspicaz da propriedade carnavalesca da charge
de congregar, num jogo polifônico, o verso e o reverso do que tematiza. Dessa
maneira o chargista, através do desenho e da língua, utiliza o humor para
destronar os poderosos e buscar o que está oculto em fatos, personagens e ações
políticas. Ele transmite o objeto da charge pela intertextualidade com os textos
publicados no próprio jornal. A polifonia, a ambivalência e o humor do texto
chárgico fazem com que ele afirme e negue, eleve e rebaixe ao mesmo tempo,
obrigando o leitor a refletir sobre fatos e personagens do mundo político, uma vez
que põe a nu aquilo que está oculto por trás deles. A charge é um tipo de texto
que atrai o leitor, pois, enquanto imagem, é de rápida leitura, transmitindo
múltiplas informações de forma rápida. O leitor do texto chárgico, tem que ser um
indivíduo bem informado para que ele compreenda e capte o teor crítico da
charge. A charge, portanto, serve de estímulo à leitura das notícias, editoriais,
opiniões assinadas. Ela tem o objetivo de persuadir, influenciar ideologicamente o
imaginário do interlocutor, pois, o homem é um doente de imagem; ele se nutre do
real pelo imaginário. Conclui-se que a charge faz crer na capacidade humana de
não assujeitamento cego às restrições impostas por valores convencionalizados, a
despeito das pressões institucionais a que os sujeitos estão expostos. Assim, a
charge se mostra como um poderoso instrumento de crítica, devendo ter um lugar
privilegiado nas instituições jornalísticas que defendem o discurso pluralista.
PALAVRAS CHAVES: Charge; Análise do Discurso; Intertextualidade
Aurea de Oliveira e Paula Regina
26/09/2007

Nenhum comentário: